“Agora mesmo ele deve estar com outra garota, mas e daí. Não estou pensando no quanto era bom acordar e vê-lo pedir para dormir mais cinco minutos, e deixá-lo dormir sem reclamar, porque ele não sabia como se tornava irresistível com os olhos fechados e o rosto calmo - ou sabia, e usava a seu favor. E em como era bom passar esses não exatos cincos minutos olhando aquele cabelo bagunçado, e as sobrancelhas que se franziam com pequenas sequências e longas pausas, que davam a entender que continuaria incrivelmente bonito mesmo tendo pesadelos enquanto sonhava. Pois é, tinha certeza de que seria capaz de me acostumar a ver essa cena se repetir por toda a vida. E é claro que a vida podia acabar amanhã, que seja. Só queria ter isso até o fim. E de fato, eu tive até um fim. O nosso fim. Respira, seja forte, menina. Já aguentou coisas piores. Faz parte não dar certo, está tudo bem. Amanhã nem vai mais querer isso tanto assim. Respira, respira.”